quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Bruxas no Brasil!!!

Relatos em território nacional



Ano de 1586. No pequeno vilarejo de Treves, na França, devido ao inverno duríssimo que enfrentavam, o arcebispo local condena 120 homens e mulheres à morte sob a acusação de que eles interferiam nos elementos da natureza. A confissão havia sido conseguida através de métodos violentos de tortura. Todos foram queimados.
Na Europa, uma histeria coletiva surgiu após a publicação do livro "O Martelo das Bruxas" (1486), pelos monges alemães Heinrich Kramer e Jakob Sprenger, que delineava os métodos mais eficazes de se descobrirem as bruxas. Literalmente, era um manual de processo contra os acusados de bruxaria. Por quase 300 anos, o continente europeu viveu sob as ferozes regras de queimar e caçar as pessoas acusadas de bruxaria


Inúmeros filmes e livros já dissecaram o tema desta perseguição criada pela Igreja Católica. Mas o que poucos sabem é que aqui no Brasil também ocorreu uma caça às bruxas, afinal, os portugueses também faziam parte do círculo católico que dominou a Europa por muito tempo. Os relatos mais comuns são registrados no Nordeste do país, onde o conflito com holandeses (de outra religião) davam motivos de sobra.
Entretanto, a cidade de São Paulo também teve sua bruxas que, seguindo a orientação, também foram queimadas em público para deleite bizarro dos espectadores. Era a purificação de uma sociedade cheia de falhas e que escolhia a dedo os que deveriam ser eliminados para se evitar maiores compromentimentos.

Feitiço nos homens
Por volta de 1692, uma das bruxas paulistanas foi Mima Renard, uma francesa que veio tentar a sorte com o marido René e acabou por se estabelecer na ainda vila de São Paulo. Por se tratar de uma mulher muito bela, causava invejas nas outras mulheres e a cobiça nos homens. Por conta disto, seu marido foi assassinado por um suposto pretendente, já casado. Desta forma, Mima foi empurrada para a prostituição para sobreviver.
E, assim, despertou de vez a fúria das mulheres. O estopim para sua condenação como bruxa foi mais um assassinato: desta vez, um de seus clientes matou outro no que pode se entender como uma crise de ciúmes. Detalhe: ambos eram casados. A comunidade local, especialmente as mulheres, deram queixa ao padre da paróquia local acusando-a de enfeitiçar os homens. Seu destino foi ser queimada viva.

Traição
Caso ainda mais bizarro foi o que aconteceu com Ursulina de Jesus em 1754, queimada como herege após ser acusada de praticar bruxaria pelo próprio marido, Sebastião. Ele era um homem de certa importância na então jovem cidade de São Paulo, ao participar de algumas entrada dos bandeirantes à procura de ouro.
Consta que ela estaria retirando a virilidade de seu marido para evitar que ele tivesse filhos. Nos relatos encontra-se até o depoimento da amante de Sebastião, Cesária, que o apoiava e dizia que estavam tentando ter filhos mas que era impossível. Sebastião casou-se com Cesária dois anos após a morte de Ursulina e não há registros de filhos.

Padre Luis e poções
Outra das bruxas de São Paulo foi Maria da Conceição, morta em 1798, queimada em uma fogueira perto do Convento São Bento, no centro antigo de São Paulo. Maria era uma conhecida mulher da localidade, que preparava alguns remédios para curar doentes, algumas poções para atrair homens e gozava de uma certa reputação. Por motivos incertos, ela arrumou problemas com um padre conhecido somente como padre Luis. Ao que parece, ele era radicalmente contra o que ela fazia e conseguiu levá-la a julgamento por bruxaria.

Fabiane Maria de Jesus
Em 2014 um site publicou uma falsa notícia, utilizando um retrato falado de um caso criminal ocorrido no Rio de Janeiro, acusando a mulher retratada como sendo sequestradora de crianças para a prática da bruxaria e rituais de magia negra no litoral de São Paulo. Uma página da rede social Facebook divulgou essa imagem, que foi associado por populares à Fabiane Maria de Jesus. Ela foi cercada por uma multidão, espancada e torturada. Morreu horas depois. Sua inocência foi provada posteriormente. 



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